Montado e Sistemas Florestais
Linha Temática
Os sistemas agro-silvo-pastoris singulares, como os Montados ou Dehesas ibéricos, assim como os sistemas florestais, são essenciais na região mediterrânica devido às múltiplas funções e serviços que proporcionam. As práticas de gestão inadequadas, combinadas com as mudanças climáticas em curso e a consequente escassez de água no Mediterrâneo, pressionam esses sistemas ao mesmo tempo que tornam suas funções cada vez mais valiosas.
Os Montados estão em declínio desde os anos 90 devido à degradação do solo, a longo prazo, e à falta de renovação das árvores, e as florestas estão cada vez mais expostas a eventos extremos de incêndio e a um ciclo vicioso de degradação da terra. Portanto, contribuir para a regeneração dos Sistemas de Montado e Florestais (M&F) está na vanguarda das opções estratégicas do MED para ajudar a cumprir o European Green Deal, promovendo a conservação do solo, infiltração de água, promoção da biodiversidade, sequestro de carbono e restauração ecológica.
As principais questões de investigação relacionam-se com: a) estimar e entender a heterogeneidade espacial e as dinâmicas temporais relacionadas e os regimes de distúrbios desses sistemas, b) identificar fatores de resiliência a múltiplas escalas (desde o micro-sistema do solo até a paisagem como um todo), e c) revelar mecanismos de governança e políticas que apoiem a resiliência dos M&F.
Resultados Esperados
1) quantificar e mapear características estruturais das florestas (por exemplo, densidade de árvores, altura das árvores, complexidade vertical, biomassa acima do solo) através de abordagens avançadas de sensoriamento remoto e análise de dados utilizando dados de múltiplos sensores fornecidos por diferentes satélites;
2) identificar fatores que conduzem as dinâmicas espaço-temporais dos M&F e quantificar a importância relativa desses fatores e seus potenciais efeitos sinérgicos ou aditivos em diferentes contextos;
3) definir esquemas de gestão adaptativa orientados para aumentar a competitividade dos sistemas de produção e otimizar estratégias de governança;
4) projetar paisagens inovadoras inteligentes em relação ao fogo e ao clima;
5) evitar exceder a capacidade de carga e os limites de resiliência dos sistemas, testando, 5a) melhorias na fertilidade e saúde do solo para aumentar o crescimento das plantas, valor nutritivo das pastagens e estoques de carbono no solo, e 5b) soluções inovadoras de irrigação deficitária para aumentar a taxa de sucesso em futuros reflorestamentos e crescimento de árvores em regiões propensas à seca;
6) co-construção com partes interessadas para encontrar soluções bem adaptadas para cada contexto e acelerar mudanças;
7) mecanismos de transferência de conhecimento mais eficazes para gestores privados e públicos e tomadores de decisão;
8) indicadores fáceis de medir para monitorar eficientemente as atividades de uso da terra e as estratégias de políticas.
Coordenadora