MED às 4as – Mesa Redonda “To meat or not to meat: Is that the question?”

Mai 11, 2023Notícias

A próxima Mesa Redonda no âmbito da iniciativa do MED às 4as é já dia 17 de maio!

Neste dia os investigadores do MED trazem a debate o consumo de carne e outras alternativas, como o uso de proteínas de origem vegetal, a produção/cultivo de proteínas animais em laboratório e a introdução de insetos para consumo humano/animal. Os convidados desta mesa são:

  • Miguel Elias, professor associado do Departamento de Fitotecnia da Universidade de Évora e investigador do MED;
  • Hélder Tavares, investigador no Instituto Superior Técnico – Universidade de Lisboa; 
  • Mayla Araújo, sócia e co-fundadora da Plantalicious;
  • Simão Lima, diretor de qualidade e apoio à gestão na Thunder Foods.

A sessão decorre presencialmente na Sala de Conferências do Pólo da Mitra – Universidade de Évora, entre as 14h e 15h, mas é também possível de assistir online, por Zoom (Link aqui).

Resumo

Uma das grandes controvérsias da crise climática tem sido a contribuição da produção animal para o agravamento da mesma. A biomassa de animais de produção representa 62% do total da biomassa de mamíferos globalmente, sendo parte responsável pela emissão de gases de efeito de estufa. Neste sentido, a redução do consumo de carne e a substituição por consumo de carne de animais criados ao ar livre têm sido medidas encorajadas pela comunidade. Paralelamente, alternativas ao consumo de carne estão a ser desenvolvidas envolvendo várias vertentes, onde são incluídas: o uso de proteínas de origem vegetal, a produção/cultivo de proteínas animais em laboratório e a introdução de insetos para consumo humano/animal.

As proteínas vegetais são um pilar da dieta vegetariana/vegan. Não obstante, estas proteínas entram também na alimentação omnívora mas em quantidades inferiores, não sendo, em geral, a principal fonte proteica. Estas alternativas à proteína animal têm ganho cada vez mais adeptos, principalmente dentro da comunidade omnívora que pretende reduzir o consumo de carne ou aceitar alternativas à mesma. Nutricionalmente, estes alimentos de origem vegetal trazem além da fonte proteica, mais fibra e diversas vitaminas, contribuindo para uma dieta rica, variada e saudável.

A produção de carne em laboratório, apesar de comercialmente disponível em alguns países, está ainda no seu início. Esta carne pode ser produzida a partir de células de um único animal, reduzindo a quantidade de animais necessária por kg de carne produzida. No entanto, os consumidores demonstram alguma reserva no que diz respeito à sua origem, demonstrando preocupações sobre se será “saudável e segura”.

Os insetos comestíveis fazem já parte da alimentação de vários povos um pouco por todo o mundo. A sua produção é bastante eficiente, apresentando-se como uma alternativa mais “verde” pela sua baixa emissão de gases com efeito de estufa, baixo consumo de água, e pouca necessidade de espaço/área. No mercado nacional, o uso de insetos na alimentação animal está aprovado e na alimentação humana podemos também já ver disponíveis algumas opções em grandes superfícies.

A nível de sabor, textura, cultura e – em alguns aspetos – nutrição, os produtos de origem animal poderão ser insubstituíveis. Mas a inclusão de proteínas de origem vegetal ou proteínas animais de cultivo laboratorial ou de proteínas de insetos, poderão ser o futuro alimentar de um mundo mais sustentável onde a população mundial continua a aumentar. Mas serão estas alternativas mais seguras, saudáveis ou economicamente viáveis? Esta é a grande questão que iremos colocar nesta mesa redonda, contando com a participação de um painel de oradores de cada uma destas áreas.

As Mesas Redondas do MED estão integradas na iniciativa “MED às 4as”, as sessões de ciência com café promovidas pelo MED na Universidade de Évora (com transmissão online) e são abertas a todos os interessados.