MED às 4as – Mesa Redonda – Degrowth
O próximo MED às 4as, e último desta temporada, é já no próximo dia 19 de junho e em formato de mesa redonda.
Neste dia falaremos sobre “degrowth” [decrescimento], um movimento académico e social que defende uma alternativa ao modelo económico predominante de crescimento continuo, e questionaremos de que forma o degrowth poderá contribuir para a sustentabilidade das áreas rurais.
Para esta conversa contaremos com:
- Inês Cosme, Investigadora do CENSE – FCT Nova ;
- José da Veiga, Aposentado da DRAP Alentejo e Colaborador do MED;
- Marta Cortegano, Coordenadora de projetos na ESDIME e membro da Associação Terra Sintrópica
Mesa redonda moderada pela investigadora Teresa Nóvoa.
A sessão decorre presencialmente na Sala de Conferências do Pólo da Mitra – Universidade de Évora, entre as 14h e 15h, mas é também possível de assistir online, por Zoom (Link aqui).
Enquadramento
Degrowth, ou decrescimento em português, é um movimento académico e social que defende uma alternativa ao modelo económico predominante de crescimento continuo. Ao questionar a centralidade do crescimento económico como objetivo político global, o movimento degrowth abre espaço para a consideração de outros valores, como a equidade social, a justiça ambiental e a qualidade de vida. Assim, dá relevância à autonomia local, incentivando práticas que são adaptadas às especificidades de cada comunidade e ecossistema. Além disso, defende a distribuição equitativa de recursos, garantindo que as necessidades básicas de todos sejam atendidas de forma sustentável.
Estes princípios podem ser particularmente interessantes em áreas rurais, onde a interdependência entre sistemas socioeconómicos e ecossistemas naturais é mais evidente. A presente pressão pela intensificação agrícola e continua extração de recursos têm impactos ambientais visíveis. Ao mesmo tempo, pessoas continuam a abandonar áreas rurais em favor de cidades. Assim, é pertinente questionar se através de crescimento económico contínuo é possível responder aos desafios socio-económicos das zonas rurais.
Ao priorizar a produção local, sistemas alimentares agroecológicos e o fortalecimento das economias regionais, o degrowth pode contribuir para a preservação da integridade ecológica das áreas rurais. Além disso, ao reduzir a dependência de recursos externos e promover a participação comunitária, o decrescimento pode ajudar a construir comunidades mais autossuficientes e resilientes.
É importante reconhecer que a transição para uma sociedade baseada no decrescimento não será fácil nem rápida. Requer uma mudança profunda nos padrões de produção e consumo, bem como uma reestruturação dos sistemas políticos e económicos existentes. Além disso, há debates em curso sobre a viabilidade e as implicações práticas do Decrescimento em diferentes contextos. No entanto fica a pergunta, poderá o decrescimento contribuir para a sustentabilidade das áreas rurais?
As Mesas Redondas do MED estão integradas na iniciativa “MED às 4as”, as sessões de ciência com café promovidas pelo MED na Universidade de Évora (com transmissão online) e são abertas a todos os interessados.