Investigador do MED lidera estudo internacional sobre desempenho de áreas protegidas para a proteção de vertebrados, sobre diferentes cenários de mudança climática
Protected areas in Central Mexico – are they fit in promoting species persistence under climate and land use changes?
Um estudo de carácter internacional, liderado por Diogo Alagador, investigador do MED, permitiu averiguar qual o desempenho esperado das áreas protegidas na região central do México para a proteção de aproximadamente uma centena de vertebrados terrestres, sobre diferentes cenários de mudança climática na região.
Por forma a apoiar a tomada de decisões num contexto nacional em que se abrem oportunidades para a redefinição da política de conservação local, o Governo do Estado do México, delegou no Instituto de Biodiversidade Nacional (CONABIO: Comisión Nacional para el Conocimiento y Uso de la Biodiversidad), colaborante no presente estudo, a avaliação do estado atual e das oportunidades para a proteção de espécies que se apresentam ameaçadas a nível nacional (algumas delas em risco de extinção global).
Assim, com base no desenvolvimento de um índice que integra, de forma complementar, informação referente à evolução e à disponibilidade do espaço climático adequado a cada espécie ao longo do tempo, observou-se que menos de metade das áreas protegidas existentes na região incorporará condições adequadas à persistência da maioria das espécies. Verificou-se igualmente que para a maioria das espécies, as suas áreas nucleares de maior estabilidade climática ocorrem predominantemente fora de áreas protegidas. Ao se identificarem as áreas que melhor complementam as áreas protegidas existentes na proteção do conjunto das espécies, observou-se, de forma preocupante, que essas áreas incorporam ou são vizinhas a faixas extensas de práticas agrícolas e pecuárias intensivas.
Este trabalho definiu assim um esboço de um plano de persuasão de autoridades nacionais e locais para adoção de planos territoriais a longo prazo, reconciliadores onde a sustentabilidade ecológica seja parte fundamental no objetivo final. O desenvolvimento de uma economia de índole natural e a adoção de medidas segregadoras de atividades com impactes ecológicos opostos revela-se como uma estratégia inteligente na persecução das novas politicas de biodiversidade e uso do solo. É neste contexto que planos de base científica, como o aqui apresentado, permitem trabalhar na complexidade que envolve a dinâmica de sistemas de natureza biossocioeconómica e devolver soluções otimizadas, objeto posterior de reanálise para a sua viabilidade. Com este estudo, a primeira etapa deste delineamento está assim completa.
Consulte aqui o artigo científico.