Cientista regressa à escola: Investigadora do MED inspira alunos na Madeira
E se pudesse regressar à escola onde tudo começou e partilhar o seu conhecimento científico com as novas gerações? Foi exatamente isso que Isabel Cansado, investigadora do MED e professora no Departamento de Química e Bioquímica da Universidade de Évora, fez no dia 4 de fevereiro, ao voltar à sua escola primária em Ponta Delgada e também a outra escola do mesmo agrupamento em São Vicente, na Madeira.
A visita decorreu no âmbito do programa “Cientista Regressa à Escola”, uma iniciativa da Native Scientists que promove a comunicação de ciência e reduz desigualdades de acesso à ciência em todo o território nacional. O programa leva cientistas às escolas onde completaram o 1º ciclo para dinamizar oficinas científicas com os alunos, proporcionando-lhes um contacto direto com a ciência e com quem a faz.
Quando Isabel Cansado soube do programa, viu nele uma oportunidade de levar a curiosidade científica aos alunos da sua terra natal, replicando a experiência que tantas vezes presencia nos laboratórios da Universidade de Évora, onde recebe estudantes de várias idades.
“Voltar à minha escola primária trouxe-me uma série de boas recordações de infância. Relembrar e visitar as professoras da escola primária foi um momento muito emotivo”, partilha Isabel. Ao preparar a sua participação, recordou com emoção a importância que a Biblioteca Itinerante da Gulbenkian teve na sua formação, permitindo-lhe, em tempos em que não havia livros em casa, mergulhar no mundo da leitura e despertar a sua curiosidade.
Durante as atividades, os alunos das duas escolas, exploraram a acidez/basicidade das substâncias, aprenderam sobre o conceito de pH e realizaram experiências para avaliar a acidez de diferentes materiais, utilizando papel indicador de pH, chá de couve roxa e um potenciómetro portátil.
O entusiasmo dos alunos foi notório, sobretudo quando questionaram a cientista sobre o seu percurso. “Eles perguntaram-me se qualquer pessoa pode ser cientista, se os cientistas trabalham muito, e quando decidi seguir este caminho”, conta Isabel. “Disse-lhes que podem ser tudo o que quiserem, desde que estudem, leiam muito e tenham curiosidade para experimentar e produzir coisas novas.”
O impacto para estas crianças foi imediato, como aliás as fotografias cedidas pelo Município de São Vicente comprovam. “Os miúdos estavam doidos de alegria. Quando terminei, não paravam de repetir que tinha sido o melhor dia da escola deles. Muitos pediram que voltasse no dia seguinte ou que regressasse no próximo ano”, relembra Isabel.
Esta ação, inserida no programa “Cientista Regressa à Escola” da Native Scientists, foi financiada pela Alumni Engagement Innovation Fund (AEIF) da Embaixada Americana e a Fundação Belmiro de Azevedo, e contou também com o apoio do Município de São Vicente – Madeira.
O programa “Cientista Regressa à Escola” continua aberto a cientistas que queiram partilhar as suas experiências e inspirar novos talentos. Mais informações disponíveis em cientistaregressaescola.pt.