Mais de 900 cientistas cidadãos participam no primeiro Censo Nacional de Coruja-das-torres
O Laboratório de Ornitologia (LabOr) do MED-UÉvora e a Sociedade Portuguesa para o Estudo das Aves (SPEA) lançaram o desafio às escolas e à população em geral para participarem neste censo entre janeiro e junho de 2023. O objetivo é contar o máximo possível de corujas-das-torres, para melhorar as estimativas da distribuição e da abundância da população desta espécie, que se encontra em declínio em Portugal e em vários outros países europeus.
No âmbito da Noite Europeia dos Investigadores 2022 foi criado um kit educativo para ajudar a identificar a coruja-das-torres e explicar como participar no censo. Inscreveram-se 1621 alunos de 28 concelhos e 570 desses alunos participaram em ações de divulgação presenciais promovidas pelo LabOr. Mais de 900 voluntários estiveram envolvidos na recolha de dados. E mais de metade nunca tinha participado numa iniciativa de ciência cidadã.
“Este censo foi uma oportunidade para envolver pessoas sem experiência em observação de aves, dar-lhes a conhecer esta espécie emblemática, e mostrar que podem contribuir para o conhecimento coletivo, de forma simples”, diz Inês Roque, uma das coordenadoras do censo.
Mas além dos participantes sem experiência prévia, o censo contou também com voluntários especializados: membros do Grupo de Trabalho em Aves Noturnas da SPEA que, com o apoio de 24 coordenadores regionais, usaram uma metodologia padronizada de pontos de escuta para monitorizar a espécie.
O relatório preliminar do Censo Nacional de Coruja-das-torres revela 597 locais onde a espécie está presente: 584 em Portugal Continental e 13 na ilha da Madeira. Mas podem ser mais: o censo continua até final de junho, e está aberto a contributos de todos. Para contribuir para o estudo desta ave de rapina noturna, basta registar no formulário online se vir ou ouvir uma coruja-das-torres.
Fotografia de Coruja-das-Torres da autoria de Mariana Tomaz